Uma comparação entre fé, razão e ciência.
A racionalidade procura o objeto que lhe é próprio, assim como fé também o faz. Colocar os objetos da fé na esteira da razão ou os objetos da razão na esteira da fé só ocasiona equívoco e problemas para o desenvolvimento da humanidade nos dois aspectos. Quando falamos das descobertas de AlbertEinstein (1879-1955) pensamos em Ciência e não em religião, ainda que se possa advogar que num sentido muito peculiar Einstein foi um homem profundamente religioso, quando falamos de Paul Tillich pensamos em religião e não em Ciência, embora Tillich demonstre um conhecimento profícuo de assuntos científicos
Ao não fortalecer a fé do indivíduo a Ciência em nada é diminuída, porque este não é seu objetivo; de igual modo a Religião não é menos importante por não nos enriquecer em conhecimentos sobre os fenômenos naturais, pois seu objetivo não é este. Porém a Religião será sempre diminuída se for evocada com propósito a obstruir o avanço da Ciência e certamente seus argumentos não serão nem um pouco religiosos, já a Ciência é sempre diminuída quando evocada com o puro propósito de destruir a fé, ou substituir a religião
Os campos da religião e da ciência são distintos e dependem de instâncias de juízo, ou valorativas diferentes, a religião está submetida à instância da fé, e a ciência à instância da razão que se debruça sobre evidências dadas nos objetos da natureza, buscando corroboração para suas teorias na experiência
Uma visão cristã da razão.
O homem de fé pode igualmente dizer que a atitude do homem sem fé, ao tratar racionalmente das “coisas espirituais”, é uma “racionalidade cega”, e, os homens que não creem não devem ficar indignados com isso, pois, podem perceber que o tratamento das coisas da fé com os olhos da razão não consegue chegar a assentir o objetivo da fé. É algo como tentar sentir o cheiro de uma flor com os olhos, ou o gosto da maçã com a ponta dos dedos, em ambos os casos são necessários os sentidos adequados, o olfato para o aroma e o paladar para o gosto. Igualmente, a razão para os cálculos e a fé para se aceitar um evento sobrenatural
Parece-nos, porém, que a constatação acima não basta para dar conta do problema da fé e da religião nos Ensaios. Interpretações recentes têm concedido uma importância maior ao papel do cristianismo no pensamento de Montaigne. Deixando de lado as posições extremas, como a de Andrée Comparot, que o torna um fiel agostiniano, ou de Miernowiski, que encontra nos Ensaios o espírito da teologia negativa, passando por Screech, que faz de Montaigne um "propagandista tridentino"44 Ver TOURNON, 1993, p. 180, nota 16.fiquemos com a afirmação de Fréderic Brahami: o cristianismo desempenha um papel fundamental na estruturação do pensamento de Montaigne e notadamente na configuração do ceticismo do autor.55 Esta tese aparece em dois trabalhos de Brahami: Le scepticisme de Montaigne e Le travail du scepticisme. Daí que se coloca a necessidade de re-situar o problema da fé na dinâmica dos Ensaios. Para fazer isso vamos, em um primeiro momento, analisar a díade fé-razão, em um segundo, a díade fé-crença e, a seguir, desenvolver uma reflexão sobre a questão da autoridade
Mas, é a asseverativa acerca desta pretensa racionalidade da fé que sempre se fará mostrar em diversos ambientes teológicos, e, os fiéis sempre farão uso de argumentos que colocam a fé em relação de dependência com evidências racionalmente discerníveis
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